A escolha do tema do Trabalho de Conclusão de Curso é o momento mais crucial de todo o processo, acredito que mais até que os resultados e a própria defesa do tema.
A partir da definição do tema é que é observada a motivação que o aluno terá e o nível de comprometimento que ele dispenderá no trabalho, por isso alinhar a escolha do tema com um assunto que seja do seu conhecimento, da sua área de interesse ou de uma possível área de atuação no mercado de trabalho é fundamental.
No meu caso, eu tive a frustração de largar um tema de TCC e partir para outro, mas por que eu fiz isso?
Eu participei do Brafitec, e estudei a pasta de veículos e sistemas energéticos na Polytech Orléans na França, então eu me entusiasmei pela área de energias renováveis e tinha a intenção de tratar sobre isso no meu TCC, mas o grande problema é que quando voltei, eu tinha apenas cinco dias para entregar o pré-projeto e não tinha uma ideia concreta do que iria de fato abordar, aí busquei diversos professores e o professor Dr. Seyyed Said Dana me sugeriu um tema alinhado com aquilo que eu poderia me interessar "Estudo de um modelo de geração de energia ondomotriz", que nada mais era que a construção de um protótipo que simulasse a energia gerada a partir das ondas e que reduzisse o impacto na costa.
A princípio eu achei o assunto interessantíssimo e me debrucei em livros e artigos para entender mais sobre o tema, afinal, mesmo eu tendo estudado sobre energias renováveis, meu conhecimento sobre geração de energia a partir das ondas era pequeno.
No entanto, depois de ter estudado e escrito a introdução, as referências bibliográficas e a metodologia do trabalho, chegou o momento de construir o protótipo. E esse foi o grande ponto de frustração no meu primeiro TCC, a experiência de construir algo físico, concreto é bacana e entusiasmante, pois se tem a expectativa de ratificar aquilo que foi estudado e analisado em algo palpável, porém no meu caso não foi bem assim, a construção não tava saindo da maneira que eu esperava e por mais que eu mudasse, eu me via me afastando mais daquilo que eu visava chegar. Então foi muito dinheiro gasto, o tempo passava e eu perdia os prazos de entrega.
Até que um dia, dois colegas meus que são engenheiros civis, um que havia morado comigo na França, estavam com uma ideia de abrir uma empresa de projetos de engenharia com uma pegada sustentável e gostariam de integrar o produto de geração de energias renováveis (inicialmente solar fotovoltaica) no portfólio e me convidaram pra participar da empresa e pediram para que eu fizesse uma análise geral do produto e do mercado.
Como sabia que o professor Dr. Douglas Bressan Riffel é engenheiro eletricista e havia estudado sobre o assunto, o consultei para tirar algumas dúvidas e numa dessas conversas que me veio um insight, por que não fazer um TCC sobre isso? Comentei isso com ele e disse que gostaria de um tema que seria útil no mercado de trabalho e atual. Conversa vai, conversa vem e convergimos no "Estudo de Viabilidade Econômica da Inserção de Armazenadores de Energia na Geração Distribuída", e depois de um ano em outro TCC tomei coragem e mudei de tema.
Mas então, o que é e por que esse tema?
A geração distribuída consiste em um mecanismo regulamentado pela ANEEL em 2012 que garante que qualquer unidade consumidora de energia possa ser também geradora e continuaria conectada à concessionária com a troca gratuita de energia, isso quer dizer que, uma casa que instalasse energia fotovoltaica por exemplo, ela geraria energia suficiente para o seu consumo e o excedente gerado seria jogado na rede, para num momento onde o consumo exceda a geração (à noite por exemplo, pois não há geração), a residência adquiria aquele excedente que ela gerou durante o dia.
Mas afinal, qual era o problema disso e por que os armazenadores de energia?
Pois na época que eu estava fazendo o TCC não havia isenção de imposto no consumo de energia de uma unidade com geração distribuída, quer dizer que aquela energia que era adquirida da concessionária vinha tributada, por isso a ideia de armazenadores de energia (baterias) para tentar fugir dos impostos. Então foram feitas diversas situações e topologias comparativa desde o sistema conectado a rede aos sistemas híbridos (conectado à rede porém com baterias).
E para fazer essas comparações foram usadas três ferramentas econômicas, o VPL (Valor Presente Líquido), o TIR (Taxa Interno de Retorno) e o payback. Que são instrumentos econômicas para análise de viabilidade.
Contudo, posso dizer que esse trabalho foi muito proveitoso para mim, pois continuo o usando no dia a dia da minha empresa, a PRUMO ENERGIA, com as planilhas, softwares e materiais que usei no meu TCC. E por ter estudado muito sobre economia durante o TCC, me entusiasmei e hoje também sou estudante de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Sergipe.